quarta-feira, 29 de agosto de 2007

LÍRIOS


Os lírios que as noites trazem

Desenham-me cenas de morte

Ali, por mais que as dores casem,

Entre os caminhos, nasce, amor, o norte!


E faz-me assassinar íntima sombra

Que é o rio ancestral de tua peste

E a zombaria que o Estado veste

O povo não pede, amor, compra!


Mas quais foram os termos acertados?!

Mais que o vício, o teu corpo mutila

Enquanto, em pares, faz-se a fila.

E arrancam-lhe as mãos os deputados!


Ah! Pátria minha que as cores não sabe

O amor que é teu ao amor não cabe

Mas é divino o canto deste teu coral

Este canto feito todo de lágrimas e cal!


Se eu tivesse vida...Amor, se houvesse

Vida na cor deste céu que escurece

Este filho torto, este teu carnaval

Tudo isto morreria enfim, amor, no teu funeral!



CRISANTE

Um comentário:

ANARCADEMIA disse...

Excelente poesia, Crisante!

sem mais comentários... excelente!