Vejo as janelas...
À tarde que se faz aberta
Que transforma carne
Lembranças, ônibus e faces.
Sinto o golpe. essência rude
Destes versos me faz um riso.
Mas não é riso, não se ri.
É típico meu espanto, um espanto
Típico e latino, cem mil vezes latino,
De quem não sabe o que se quer
Desta vida.
E destes vales catatônicos
–Sim, eu me vejo aberto –
Abro ainda o rio da manhã
Do eclipse dos olhos meus
Para ver nascer-me amor
Para saber que sou em ti
E que nada é quando não te sou
Mas a carne é feita de cios
E o amor, pouco demais,
Não conhece o coração...
CRISANTE
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