domingo, 19 de agosto de 2007

Conceitos são estruturas fortes o suficiente, para aprisionar os que não sabem viver sem grades.

As pessoas não são iguais, por isso as relações também não têm como ser iguais...
Parece óbvio: Semelhantes sim, não iguais.
Em que pese esta heterogenia, nos comparamos o tempo todo. Estamos a cada minuto buscando uma idéia que veio antes, um exemplo já dito, uma estrada já trilhada, para fazermos igualzinho.
A idéia de amor, a idéia de família, a idéia de crença...
E neste mundo tão ‘conceitual’, onde as formas, os certos, os errados são pré-concebidos pelos julgamentos dos ‘homo sapiens tudo’, dá medo transgredir o natural e se dizer feliz com o que não convém, ou melhor, com o não convencional.
Eu assumo, tenho medo.
Que medo que dá de gostar do lobo-mau, se identificar com a bruxa e preferir o sapo ao príncipe.
Que medo que dá de não querer um emprego estável, de não ser um modelo de bondade, de se satisfazer com metade.
Que medo que dá de ser feliz com pais que são amigos, amigos que são irmãos e irmãos que são filhos.
Papéis trocados? Invertidos?
Papéis rasgados! Porque são frágeis demais para agüentar a tinta da caneta.
Às vezes ama-se o que se odeia e odeia-se o que se ama. E neste reverso fundamental construímos a ponte que nos liga ao mundo.
Vivamos pois, apenas vivamos. Acredito que a vontade precede a obra e a vida se encarrega da maré.
Busquemos o algo mais ou o algo menos.
Façamos o tudo ou o nada, o que der na telha, na cuca, sem nos preocuparmos demais com a esquina a dobrar, a página a virar.
Por certo, em algum momento, nos puxarão as orelhas e os tapetes, mas decida, a vida é sua.
Encaixe-se, se gostar da caixa, se enquadre se a moldura lhe parecer bela, mas faça por querer, ‘torne-te quem tu és’ todos os dias.
Eu? De vez em quando me faço de morta, ou de louca, ou apenas digo a verdade, é quando ninguém acredita em você; e suas palavras? Falácias.

Anna O.

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