segunda-feira, 13 de agosto de 2007

evolução em dois tempos

Era sem fogo que tu me comias...
(Não obstante o álcool)
tratava logo de olhar pro canto – olhar que dista... olhar sem pista
–, de segurar leve, sem ser sentida pela minha mão
sudorí-pára

Era bem uma agoni'antiga
Essa de sua ausência de fogo
(Não obstante a pirotecnia toda de sua insinuação...)
Nunca tinha me queimado
Embora só quisesse incêndio entre...

Talvez ali até tivesse algum calor
inicial, insipiente, insuficiente, fulgás...
mas era ainda primitivo demais
como o calor feito de pau, pedra e esforço
e eu queria pólvora, pó voraz!

Acendendo, queimando, aquecendo,
forjando, explodindo, fodendo tudo!
(Como o verso que talvez não precisasse de um f no lugar...)

Sim, amor meu...
Eu só queria ter aberto esse veio de tinta quente antes
pra que ficasse desde o início explícito
qu'era de tu, escrita minha,
que me faltava fogo!

Agora, incendiado
incendiabo
escrevo pra que tu, ex-cripta
queime os olhos que te percorrem...

Ítalo C. Malta

[Adorei seu convite, "Ambrosina" querida! Muito bom ter um lugar pra trocar isso tudo que a gente nem chama, nem tem nome, mas tem alguma coisa, algum sentido, algum trem transbordando... vou ajudar-te a abrir caminho e enveredar por aqui e por onde mais... um beijo]

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