Tornei-me a escrever um verso sozinho
Na rua em que passei tão longe de tudo
E neste (re)verso em que inscrevi meu absurdo
Um menino pairava vivo feito pano de linho
A vida toda... E toda vez eu fiz este caminho
Desenhando frases e lidas e pontes e muros
E perdi-me o espaço para este tempo futuro
Eu perdi-me a loucura, os versos e o gosto do vinho
Mas deito-me, inda, ao corpo sedento e pesado
Como quem faz juras de morte e de vida
E como quem leva paga a dor da ferida
Eu crio trapos de mim em prol de um mísero trocado
E se me dizem que vivo mal ao Deus da aurora
Eu digo que minha fé é devota apenas do agora!
CRISANTE
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