segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Gozares...

"A primeira lei que a natureza me impõe é gozar à custa seja de quem for" (Marquês de Sade)

Tua inocência assusta
Teu pudor ensurdece
Pobre poeta
Só, se toca... padece...

Teu esmero encobre
Teu viver comportado
Inseguro mancebo
Moralista, enclausurado...

Tua fala não engana
Parnasiana poesia
Como? Poeta?
Poeta sem boemia?

Tua retidão, teus valores
Meu corpo no cil despreza
Eu no ápice da luxúria
E tú, rezas...

Teu pudor lhe cega
"Não queiras tu estar ao meu lado"
Quero-te em cima
Em baixo, dentro, suado...

Enquanto te arvoras
Em guerras coloquiais
Meu poema feito aviso:
Ai, ai, aaaiiii

Capitú

Um comentário:

diz torções disse...

Por fazer desses versos versos duros
De vez que não há motivo
Nem dor e tampouco alegria no que vivo
Passo sozinho cultivando muros


Ah! Rua, ruazinha pobre e vazia.
Tão vazia de si é a rua por que passo
E também a lua (coisa tardia)
E também a cor de um bicho que caço


É cor suave, solta como um braço.
Essa rua por que passo sem me ver
- Essa que guarda a espera em seu traço -


Essa rua é toda minha poesia
E diz, silenciosamente, que seria
Inda mais poesia não fosse eu apenas querer...



crisante