Viver me basta por hora
Poemas me bastam por hora!
E eu não quero outro emprego
Arre... Arre- ARRE!
Eu não careço disso não
Nem tu careces disso assim
Não quero ser tratado como criança
Mas olhe a cor do teu sapato
Que é da cor de tua visão
Que tem o dom de teu emprego
Que paga caro por crianças!
Tu naquele retrato não passa de
De uma infame criança
E tua fome de estrelinhas
Na minha sopa de entrelinhas
Não pode encontrar outro nome!
Todo PIB do mundo não
É suficiente para apagar a desgraça
De um mundo infantil
Nem toda comida do mundo
Nem todos os empregos juntos,
Nem os retratos, nem todos
Os salários e nem as estrelinhas
Ser-me-ão capazes de uma vida
Inteira de braços abertos
É por isso que eu grito: Arre!
Que é pra deixar de ser criança
Arre! Arre! Arre! Arre!
É por isso que eu grito.
Que toda gente no mundo
Podia deixar de se empregar!
Que toda gente no mundo
É capaz de ser grande
E é por isso que eu grito
E talvez eu morra de trabalhar!
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