sábado, 12 de janeiro de 2008

SUFICIENTE

Arre! Que eu não preciso disso
Viver me basta por hora
Poemas me bastam por hora!
E eu não quero outro emprego


Arre... Arre- ARRE!
Eu não careço disso não
Nem tu careces disso assim
Não quero ser tratado como criança


Mas olhe a cor do teu sapato
Que é da cor de tua visão
Que tem o dom de teu emprego
Que paga caro por crianças!


Tu naquele retrato não passa de
De uma infame criança
E tua fome de estrelinhas
Na minha sopa de entrelinhas


Não pode encontrar outro nome!
Todo PIB do mundo não
É suficiente para apagar a desgraça
De um mundo infantil

Nem toda comida do mundo
Nem todos os empregos juntos,
Nem os retratos, nem todos
Os salários e nem as estrelinhas


Ser-me-ão capazes de uma vida
Inteira de braços abertos
É por isso que eu grito: Arre!
Que é pra deixar de ser criança


Arre! Arre! Arre! Arre!
É por isso que eu grito.
Que toda gente no mundo
Podia deixar de se empregar!


Que toda gente no mundo
É capaz de ser grande
E é por isso que eu grito
E talvez eu morra de trabalhar!

CRISANTE

Nenhum comentário: