sábado, 5 de janeiro de 2008

Poesia III

Sempre tão linda, triste e feia
A poesia que nos encontra
Aturdida na dor alheia
Quase nunca se apronta


Há sempre um verso a faltar nela
Duas palavrinhas, quem sabe?
Até um sentido fácil que a tome bela
Mas daí – se poesia – não lhe cabe


A poesia que procura está bem aí
Onde a gente se viu na vez primeira
(Não é coisa como o céu de uma infinita estrela)
É coisa boa, bem simples. Lhe basta sentir.


E a poesia que busco está aí também
Mesmo antes de se saber
Ela meio que se parece um descarrilar de trem
Se você a vir, não existe cuidado que lhe baste ter


Já a poesia que eu mesmo fiz essa é bem baratinha
Rima coração e dor num amor feito todo de doce,
Mas não me importa muito isso. É bem pequeninha.
E se hoje ela é feinha ontem penso que não fosse...


CRISANTE

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