sábado, 13 de outubro de 2007

Dia das Crianças


Acabei de chegar do cinema.
Fui só – como tem sido ultimamente, mais que isso, como tenho me sentido ultimamente.
Estar só não necessariamente implica você se sentir só, mas é o que eu sinto, fazer o quê?

Vi sua mensagem.
Feliz dia das crianças!
Realmente, felicitações recíprocas, porque se engana quem acha que já atingiu o poço da maturidade e não tem seus momentos infantis.

Voltando do cinema, ao parar em uma sinaleira, pensando (pra dizer a verdade não estava pensando em nada, estava era cantando a música que tocava no rádio), vi duas garotas, uns 12 / 9 anos, vendendo alguma coisa.
Aí eu entendi porque o nome do dia é no plural. São mesmo várias crianças.
A do sinal, a de minha casa, a do morro, a de dentro e a de fora do carro, a de dentro e a de fora do contexto, a que sabe e a que não sabe que é o dia dela.
Em que pese tantas vírgulas, é dia de todas elas.

Não cheguei a ficar triste, no máximo reflexiva. Ultimamente ando resignificando tristeza, e por isso não quero usar essa palavra, ficou comum demais.
Só pensei que queria ter um presente naquela hora para dar àquelas meninas!
Ah, elas precisam de muito mais que isso, diriam os velhos chatos de plantão. Não dê isso, não dê aquilo, vamos fazer 564 reuniões pra discutir a raiz da questão (sem nenhuma referência ao PT aqui).
Numa boa, ali a única coisa que pensei foi: elas precisam sorrir!

Fui pra casa, o sinal abriu.
O delas talvez tenha continuado vermelho.
O meu também, acho.
De formas diferentes estamos todos vendendo alguma coisa. Uma bala, uma caneta, nossa indignação, nosso silêncio...
Pague um, leve três!

E viva os Renans!
E viva os Lulas!
E viva as crianças!


Anna O.

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