sábado, 13 de outubro de 2007

EU

Poeta, teu alimento é a fome
De modo que nada mais te resta
Em face sois avesso e até teu nome
É coisa de se deixar – coisa incerta.

Poeta, tens a fome que o alimenta,
Um querer equivocado e infantil
E qualquer coisa que se inventa,
Coisa qualquer que se sentiu.

O que mais te falta? O que queres mais?
Um tributo, uma prece, um seio cais?
Algo que em ti possa mastigar o sono?

Talvez – isto eu digo sem saber –
Haja ainda, poeta, algo de se perceber
Talvez, quem sabe?, possa haver um outono...

CRISANTE

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