segunda-feira, 14 de abril de 2008

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Então esperar que não sejas por mim. Esperar que tombes sobre minha cabeça, feita escombro,
à margem das horas todas em que passamo-nos. Tudo agora, para saber que não estás comigo e que o mundo, vez mais, tornou-se triste, e que agora as chances se permitem soltas e outra vez mais estamos tristes...
Nunca haverá caminho a quem ame com as mãos cheias de pesar. Nunca haverá senão escombros. Sou mesmo este poeta inquieto, fustigado por minhas coisas de poeta. Meu corpo de poeta anseia por letras que jamais escrevi, letras que jamais escreverei. Sou mesmo essa coisa simples a quem chamam poeta...
“Então por que se enganas?...” Fui-me travado por essa mulher! Lançado para além de onde a vida escoa seus últimos gestos viventes. Nada resta para mim agora. Nada resta senão as dores deste aborto, de ter que abortar de volta ao seio da terra este amor meu...

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