segunda-feira, 14 de abril de 2008

Eu somos grupelhos





Eu me fico, às vezes, a imaginar o quanto de mim suportaria ou/e quanta verdade suportaria,
divagações pertinentes ao bicho homem em que me tornei... Macabeico, não sei quantas quimeras criei ou quantas, no eclodir de minhas várias mortes, queimei. Dela (Macabéa) herdei um ponto vital de desconfiança, não da desconfiança dos que fogem exaustivamente do ridículo, ou a desses que se esquivam incessavelmente de uma tola e fundamental possibilidade, a possibilidade do golpe – que é também a possibilidade do ridículo. De vez que fiz dessa a condição original de minha existência, confesso: preciso do ridículo para me achar no entre.
Essa desconfiança de que falo concerne muito mais a mim enquanto unidade que não se aceita por unidade.
Essa desconfiança é o motor primeiro do meu corpo relacional, a partir dela é que afasto o déspota que me habita a alma, a partir dela é que vejo o outro e parto para o entre. É ela a minha ética, é ela o meu amor... Minha poesia...


CRISANTE

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