sábado, 24 de novembro de 2007

Ambígua

Que arte dissimulada
Aqueles olhos a fitar-me
Querer, manipulação
Me sinto em perigo
Fera no cil
Desprotegida, a ser traída
Por meu insano desejo
Aventura proibida, néscia luxúria
Meu pensar, suor, calafrios
Despir-me em seu pegar másculo
Senti-lo em mim, estremecer...
Seus olhos me fogem
Mon homme désiré
Oculta-se, a chamar-me
Persigo, louca, cautelosa
Encontro em trevas
Longe de olhares e olhados
Ofegante
Trêmula
Faminta
Sascio-me néscia
Sinto sua essência em meu céu
Acolho sua firmeza, delirante inferno!
Sobrevoam-nos lúgubres vultos
A entrelaçar-se com angélicas criaturas...
Delírio... demônios em êxtase
Gemo
Sufoco
Explodo!
Retorno às luzes
A dissimulação do desejo
Agora satisfeito
Regressa aos meus olhos solitários
Olhos tristes, cabisbaixos
Olhar de mãe patriarcal
Fitar de esposa submissa
Olhos medíocres

Capitú

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