sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

SONETO


Você, moça da enfermaria, bem que podia

Por carinho ou dedicação

Cuidar dessa minha louca e triste cria

Ainda que por amor a profissão


Você que é moça todo dia

Ainda que investida de toda dedicação

Você podia – e bem que podia –, por bem de minha cria,

Carinhar a dor desta minha viração


Mas você, moça da enfermaria, que é

Tanto de noite como tal, e dia

Tal é o torna-moinho que nos inverte a fé


Não pode, porém, em tua alegria

Salvar minha louca e triste e fria criação

De vez que você, moça da enfermaria, é a alma de minha invenção



CRISANTE



Nenhum comentário: